30.10.05

ECT

Na caixa de correio, encontrei um convite inusitado esta semana. Uma instituição psicanalítica me chamando para participar da comemoração do centenário de Catarina Kemper. Foi assim que fiquei sabendo que minha avó estaria fazendo cem anos, se fosse viva. Estranho receber este tipo de notícia pelo correio.
Nunca soube que ano minha avó tinha nascido. Na verdade, além do fato dela ter sido uma grande psicanalista, quase não sei nada sobre ela. Nem sobre meu avô, marido dela (o centenário dele com certeza já passou e disto nem o correio deu conta de avisar!).
Algumas histórias, quase lendas, foram contadas pela minha mãe (nora). Ela dizia que eu morria de medo da vó Catarina por causa de seu vozerão-com-sotaque-de-alemão, mesmo quando ela era super carinhosa. Contava também que ela tinha saído de casa cedo e tivera uma vida muito dura. Que ela gostava muito de orquídeas. Que ela era meio doida.
Quando ela morreu, eu tinha apenas dois anos. Não tenho nehuma recordação dela deste período (seria pedir muito da memória, não?).
E assim fui a vida interia, neta de Catarina Kemper sem saber o que isso realmente significa direito, já que não sou psicanalista.
Infelizmente não consegui ir à comemoração, pois quando estava vestida para sair, caiu um toró e minha rua encheu, bloqueando a saída da garagem. Uma pena.
Tomara que eu tenha mais tempo de ser avó que ela. Afinal, duvido que meu centenário se transforme em algo importante para alguma instituição. Meus futuros netos não poderiam, então nem contar com o correio para lembrá-los desta data.

27.10.05

porquês

Por que o blog?
Estava achando tudo meio chato e resolvi experimetar coisas novas. Esta é uma delas. Não tenho a menor intenção de ficar chorando pitangas por aqui. Ao contrário: É um exercício de diversão.

Por que o nome?

Não me lembro bem quem (ou quens) puxava a conversa, mas me lembro de ter se repetido quase a exaustão, daquelas coisas que adulto faz para chatear criança se achando genial. Era sempre mais ou menos assim:
(Adulto que já sabia meu nome): - Como você se chama?
(Eu com três anos de idade): - Ana.
(AJSMN): - Ana o que?
(ETAI): - Ana, só.
(AJSMN): - Só Ana ? Puro?
(ETAI): - Ana, pura.
(AJSMN): - Ana Pura ou Ana Só? huahuahua!
E era de uma das duas formas que eu seria chamada por todo o final de semana.
Adulto é um bicho mesmo esquisito... Lembro-me de ficar bastante irritada na época. Hoje eu acho Ana Só bonitinho. E me divirto lembrando desta história, que eu sempre lembro de acontecer na Praia Grande, em Arraial do Cabo. Ninguém me chama de Ana Só ou Ana Pura hoje, nem só de Ana. Quase todo mundo me chama de Ana Kemper.

E fica este o meu primeiro post...
Até mais.