22.11.05

Pára-raio de maluco beleza

Hoje eu tava meio de bode desde a hora que acordei.
Mesmo sendo feriado em niterói, fiquei enrolando em casa e fazendo pequenas coisas necessárias, pois não tinha muita esperança de que o dia fosse acabar bem.
Resolvi sair e tive certeza disso quando peguei um taxi e o motorista puxou conversa. "Droga, o cara vai começar a se lamentar pelo governo, pelo país ou vai falar sobre qualquer conspiração que só os motoristas de taxi são capazes. E vou me irritar ainda mais.", pensei eu enquanto era surpreendida com uma conversa de como ele estava feliz com as flores que ele vinha plantando em seu jardim e estavam florescendo. Surpresa, engatei na agradável conversa do senhor e ainda aproveitei para pegar umas dicas, visto que até cactus morrem na minha mão.
Saí do carro contente pela conversa inusitada, rumo à loja onde pretendia ir comprar uns trecos para a aula de Yoga. Entrei na Sementeira, lugar que parece de outra dimensão. Não só pelos produtos lindos que são vendidos ali, mas especialmente como as meninas levam a loja com amor, como se relacionam com as clientes. Buena onda total.
Ainda estava lá quando me dei conta que o mundo ameaçava meu mau-humor. De repente, entrou um rapaz na loja, representando uma revista onde a loja pretendia colocar anúncio. Logo, ele não era cliente buena-onda. Fora parar ali por acaso. Ele estava notoriamente contente e animado. Era quase impossível não olhar para ele por causa do sorriso; talvez pela cara que eu e as duas meninas da loja estávamos (totalmente admiradas com tal alegria), ele virou e disse:
- Pô, eu estou muito feliz hoje!!!! E pior, sem o menor motivo. Na verdade eu estava no maior mau-humor e de repente me lembrei de um momento bom e de outro e de outro e quando vi, estava rindo à toa. Engraçado, parece que ser feliz é um exercício!
Se ele fosse um praticante de Yoga, eu teria consciencia de que aquele ambiente era totalmente favorável para este tipo de comentário.
Do contrário, fiquei com a sensação de que o mundo enlouquecera. Peraí, você sai de casa desanimada e ao invés do desfiladeiro de murrinhas, de ninguém-mereces, tragédias, ameaças, esbarrões, xingamentos e outras coisas que só aumentam o mau-humor, você bate em algumas criaturas felizes e satisfeitas por motivos relativamente banais?
Conspiração, só pode ser cospiração. Pelo menos esta foi do bem. Diante de tal bizarrice até esqueci do meu mau-humor.

7 comentários:

Anônimo disse...

Ana, e veja você que quando eu li "Pára-raio de maluco beleza" imaginei que você fosse contar que algum tiozinho hippie tinha tentado te dar um aproximão, não achei que seria uma história fofa do cotidiano. A conspiração do bom-humor existe, e trabalha nas premissas de que É POSSÍVEL A MUDANÇA DE HUMOR. Buena onda here we go, may it always be with us, pelo poder de Carué.

bjo pra todo mundo

Dimitri BR disse...

Eu vou torcer pela paz
Pela alegria, pelo amor
Pelas moças bonitas
Eu vou torcer, eu vou

Pelo inverno, pelo sorriso
Pela primavera, pela namorada
Pelo verão, pelo céu azul
Pelo outono, pela dignidade
Pelo verde lindo desse mar
Pelas moças bonitas eu vou torcer, eu vou

Eu vou torcer pela paz
Pela alegria, pelo amor
Pelas moças bonitas
Eu vou torcer, eu vou

Pelas coisas úteis que se pode comprar
Com dez cruzeiros
Pelo bem estar, pela compreensão
Pela agricultura celeste, pelo coração
Pelo jardim da cidade, pela sugestão
Pelo Santo Tomás de Aquino
Pelo meu irmão
Pelo Gato Barbieri,
Pelo mengão
Pelo meu amigo que sofre do coração

Pelas moças bonitas
Eu vou torcer, eu vou
Eu vou torcer pela paz
Pela alegria, pelo amor

Pelas moças bonitas
Eu vou torcer, eu vou
Pelas dondocas bonitas
Eu vou torcer, eu vou.

ana k. disse...

Pois é, parece que o mundo ontem foi regido pela Lei de Carué...
Aliás, eu inclusive falei com ele ontem...
Assim seja.

Anônimo disse...

Que bom!! Que bom que te aconteceu uma coisa tão legal quando estava em Caxambu!!
beijos e te amo!

Anônimo disse...

É, Ana, felizes coincidências.

Queria só sugerir essa reflexão:
Quando a conspiração dá certo, as coisas mudam objetivamente, ou as alterações só se dão num plano subjetivo?

Melhor dizendo, se é certo que a felicidade é um exercício, ela não precisa de nenhum elemento fático externo?

Porém, se vc preferir não pensar sobre isso, melhor brincar com aquela menina linda e intuitiva e com o "bebê burguês" (é meu!). Acho que a resposta passa por aí.

Beijos.

P.S.: Comprei os ingressos. Precismos combinar como vai ser o nosso piquenique no domingo.

ana k. disse...

Ah, Thiago!
Ainda falta uma eternidade para que eu consiga viver da felicidade interior, sem que nada factual me abale (Haja Yoga!). Se o cara consegue...
Enfim, o caso aqui era outro: Como o mau e o bom humor contaminam o cotidiano. E se, os fatos não estiverem ajudando muito, que pelo menos eu posssa contar com o bom humor!

missbutcher disse...

O mundo é lindo, Ana!
:-)